HISTÓRIA DA PARÓQUIA

A Catedral de Nossa Senhora da Graça situada em Parnaíba-PI constitui-se em um importante símbolo da fé e do patrimônio histórico e artístico desta cidade. Diversos relatos apontam os fragmentos da sua história. Há registros deste templo e da presença de sacerdotes desde 1764. Ainda no século XVIII um templo maior vai ser construído. Este foi fruto da mobilização do povo e de grandes potentados locais, destacando-se, dentre estes, Domingos Dias da Silva, que se responsabilizou em construir a Capela do Santíssimo e o Mestre de Campo João Paulo Diniz que se encarregou pela Capela Mor. As demais esmolas conseguidas dentre o povo foram empregadas no acabamento das duas torres. Não temos ainda elementos comprobatórios das datas específicas do início desta reforma, porém, no frontispício da Igreja o ano de 1770 marca esta fase, sendo também o marco fundador desta Igreja. Cabe destacar que neste ano, alguns acontecimentos foram marcantes para a cidade. Por uma epidemia (que não pode ser identificada), nasceu Simplício Dias da Silva, figura marcante na história da cidade e que deu continuidade ao projeto de seu pai, Domingos Dias da Silva, no referente à Igreja – pai e filho estão sepultados no templo. E foi também o ano em o então Governador da Província, Gonçalo Botelho de Castro autorizou a transferência de sede da Vila Parnaíba – instalada no dia 18 de agosto de1762 na Igreja Nossa Senhora do Carmo em Piracuruca – do lugar Testa Branca para “o sítio denominado Feitoria ou Por to das Barcas”, o que foi fundamental para o desenvolvimento da cidade.

Em 1777 se dá a aprovação para a benção da Igreja e 1795 a conclusão da edificação, marcada pela entronização da imagem de Nossa Senhora da Graça, que fora trazida de Portugal e ficara até este ano em Piracuruca. “[…] Ela nos veio, entrando triunfalmente em nossa terra, como Mãe Dulcíssima e Rainha, naquela lindíssima tarde nos idos do século XVIII […]”.( PENHA,1982,p.240)

Enquanto parte de uma hierarquia eclesiástica a atual Matriz nasceu ligada a então Freguesia de Piracuruca( PI), que como toda província do Piauí, ficava sob a administração do bispado do Maranhão . Em 1805 homologou-se a criação da Paróquia sob administração do Bispo D. Luís de Brito Homem, sendo a Diocese criada em 1944 e instalada em 1945 desmembrando-se da Diocese de Teresina. O primeiro Bispo foi D. Felipe Condurú Pacheco, autor da célebre obra “História Eclesiástica do Maranhão”, sendo secundado por D. Paulo Hipólito de Sousa Libório em 1959. Nesta igreja jazem os restos mortais de D. Felipe.

Nos livros tombo estão registros de diversas reformas, de grande e pequena monta, que mudaram ou restauraram espaços e  aspectos da Igreja  que apresenta duas torres; internamente tem o formato de cruz, por conta das capelas laterais do Santíssimo Sacramento e a do Bom Jesus dos Passos; diversas sepultas se encontram nas suas grossas paredes; o pórtico, a piae o lavabo são de mármore e o altar-mor é revestido, na parte superior , em ouro tendo no alto, inicialmente a imagem de Cristo Rei substituída posteriormente pela imagem de Cristo Crucificado e mais abaixo a imagem de Nossa Senhora da Graça.

A História da Educação de Parnaíba está ligada à Catedral que pela iniciativa de seus párocos mobilizou a comunidade e os órgãos eclesiásticos, em prol  da instalação de núcleos instrucionais como o Colégio Nossa Senhora das Graças, o Colégio Diocesano e a Faculdade de Teologia, sem citar inúmeras iniciativas de religiosos em prol da educação no município.

O processo de Independência do Brasil, a Confederação do Equador, a Abolição da Escravidão, a  República e flagelos como secas e inundações são acontecimentos que se conjugam como a História da Catedral – Matriz Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, patrimônio da cidade de Parnaíba.

A data de comemoração do dia da padroeira- 08/09 – também tem a sua história. Segundo Dom Rufino foi utilizada antes da criação da Diocese. Depois de criada, a celebração passou para 11/10, na festa da Mãe de Deus. Os primeiros festejos coincidiam com o festejo de São Francisco, em 04/10. Um fato que exigiu a mudança. A data do Congresso Eucarístico de 1991,- feito com a presença do Santo Papa João Paulo II( Papa na época) – conflitava com o período da festa e, como D. Rufino e os Padres da Diocese foram convocados a participarem , houve necessidade de mudanças no calendário. Clérigos  lideranças da comunidade optaram pela data que permanece até hoje, 8 de setembro, garantindo celebrações mais participativas.

Equipe de Pesquisa:

Curso de História – UESPI – PHB